Guerra Fria:
O
Mundo Bipolar
O que é fundamental para se fazer uma partida de futebol além do campo e da bola? Dois times! Assim passou a ser o mundo
depois da Segunda Guerra Mundial. A Europa estava destruída, e os dois principais vencedores da Segunda Guerra, resolveram
dividi-la para reconstruí-la. Surgiram assim, os dois principais "times", que lideraram o Campeonato da Terra durante
quase 50 anos. Estados Unidos e União Soviética!
E os dois "timões" dividiram a Terra. Ambos queriam liderar o campeonato, impondo suas "táticas" ao
maior número possível de países, especialmente aos mais pobres. Os Estados Unidos sempre defenderam o Capitalismo, a Economia
de Mercado, enquanto isso, a Ex. União Soviética pregava o Socialismo, com uma economia dirigida pelo Estado.
É... A partida não era limpa não! Os dois times jogavam duro, apelando para a força bruta... O campeonato virou guerra
FRIA!
Mas essas duas feras, nunca tiveram um confronto bélico direto... Estados Unidos e União Soviética botavam os outros para
brigar, e aprontavam muito... Na casa do vizinho! De vez em quando, a Guerra Fria ficava quente. A disputa entre as Superpotências
causou as guerras da Coréia e do Vietnã e quase provocou a 3a Guerra Mundial quando os soviéticos tentaram instalar mísseis
de longo alcance em Cuba, único aliado da União Soviética no continente americano.
Com essa Bipolaridade, Capitalismo e Socialismo, o mundo passou a ser três: 1o, 2o e 3o Mundos. Os Países Desenvolvidos,
com a economia capitalista, como os da Europa Ocidental, o Japão e o Canadá formavam o Primeiro Mundo, liderado pelos Estados
Unidos; A União Soviética e os demais do "Socialismo Real" formavam o Segundo Mundo; O Terceiro Mundo era o conjunto
de países considerados Subdesenvolvidos ou "em desenvolvimento", como o Brasil.
Os Países do Terceiro Mundo, querendo se desenvolver eram um prato cheio para os Estados Unidos e União Soviética exercerem
seu poder. O Brasil, como a maioria dos países da América Latina, se alinhou com os Estados Unidos. Os americanos prometiam
ajudar os alinhados que precisavam crescer.
"Mesmo sem financiamento externo, os países da América Latina cresceram até o fim da 2a Guerra Mundial. Com a paz
eles tiveram de se integrar numa "Nova Ordem Econômica Internacional", criada em 1944 em Bretton Wooods, nos Estados
Unidos. Já na posição de maior potência militar- econômica e comercial do mundo, os Estados Unidos ditaram as regras do jogo.
O dólar passou a ser a moeda de reserva internacional. E o Federal Reserv Bank tornou-se na prática, o Banco Central do Mundo.
Dois organismos foram criados em Bretton Wooods: O Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, o Banco Mundial,
e o Fundo Monetário Internacional, FMI. 44 países participaram da fundação do FMI, mas o diretor executivo da instituição,
indicado pelos Estados Unidos, era quem tinha de fato o poder de decisão. Nos seus primeiros anos de vida, praticamente o
FMI não funcionou. Em meados dos anos 50 quando vários países Latino-americanos deflagram no que se chamou Desenvolvimentismo,
o FMI inaugura suas ações no continente, visando basicamente ao equilíbrio das contas externas. Emissários do organismo vem
ao Chile, Bolívia, Paraguai, Colômbia, Uruguai e Argentina. No Brasil o presidente Juscelino Kubitscheck resiste.
É... Mas desenvolvimento vinculado a uma Superpotência custa caro. O Brasil cresceu, é verdade, e você já deve está imaginando
o que aconteceu! "Em 88, o Brasil pagou 17bilhões de juros e amortizações da dívida externa. Segundo cálculos do Conselho
Nacional de Igrejas Cristãs, CONIC, essa soma equivale a 260 milhões de salários mínimos, com ela se poderia construir 7,7
milhões de casas populares. A sangria de capitais na América Latina já supera largamente a transferência gerada pelas reparações
de guerra, vividas pela Alemanha nos anos 20. E todos sabem que a crise econômica alemã desembocou no Nazismo".
E assim seguiu a vida por muitos e muitos anos... Duas Superpotências dividindo o mundo, exportando suas culturas e endividando
países que queriam se desenvolver. Mas no meio dos anos 80, essa Ordem Mundial começou a mudar. A Guerra continuava fria,
mas foi ficando cada vez mais cara! Por causa, entre outros motivos, dessa milionária corrida armamentista, uma dessas Superpotências
começou a fazer água. O Natal de 1990 marcou o início de um novo ciclo na história mundial. Nesse dia a União Soviética deixou
oficialmente de existir. Entrou em vigor a Comunidade dos Estados Independentes. GET, não! Até 85, essa era a palavra russa
mais conhecida no Ocidente. Foi Mikhail Gorbatchev que introduziu os termos Perestroika e Glasnost, no vocabulário russo que
mudou a linguagem das superpotências. Gorbatchev liquidou com um só golpe, mais de 40 anos e stalinismo. Deu liberdade de
expressão para os russos pela primeira vez na história. Depois de 10 meses no poder, Gorbatchev trás da Sibéria um obscuro
comunista para ser chefe do partido em Moscou, seu nome: Boris Ieltsin. Sucesso da Glasnost, abertura, fracasso da Perestroika,
reconstrução. A única coisa que cresceu na economia comandada por Gorbatchev, foram às filas. Se julgarmos Mikhail Gorbatchev
pelos resultados, ele é um perdedor. Se propôs a reformar o Socialismo e a União Soviética e acabou junto com os dois. Foi
devorado pelas reformas domésticas que desencadeou... Mikhail Gorbatchev entrou na história como o estadista que transformou
o mapa mundial.Gorbatchev retirou as tropas soviéticas do Afeganistão, e não colocou obstáculos nas revoluções que varreram
os governos socialistas do Leste Europeu. No aniversário da Alemanha Oriental em 1989, Mikhail Gorbatchev foi a Berlim e advertiu
Eric Honick: "Os que se atrasam são castigados pela própria história". Gorbatchev deve ter se esquecido da frase,
pois, tentando compor com a linha dura, foi atropelado pelo processo que iniciou. Gorbatchev foi salvo por um golpe de estado
pela cria tornada rival, o mesmo Boris Ieltsin que resgatou Gorbatchev em agosto, acabou com ele em dezembro.
O mundo mudou muito nesses últimos 15 anos. Mudou tanto, que não sabemos que não sabemos mais ao certo como dividi-lo
em regiões. Uma alternativa a Bipolarização Estados Unidos e União Soviética seria, a Tríade, um mundo com três pólos. Além
dos Estados Unidos, exercendo influência sobre a América Latina, teríamos outras duas grande regiões de influência econômica:
a União Européia, formada pelos países da Europa Ocidental, com influência sobre a Europa Oriental e a África, e o Bloco Asiático
liderado pelo Japão.
Mas onde estaria à força desses países asiáticos?
"Quando a televisão nasceu parecia que ela seria um produto americano para sempre. Pois é. Quem entrar numa loja
americana hoje e quiser comprar um aparelho de televisão americano não vai conseguir... é tudo japonês (Hitachi, Sony), francês
(RCA), holandês (Philiphs), e agora sul coreano (LG, Zenith). A última empresa americana a fabricar aparelhos de televisão,
a Zenith, foi vendida por 350 milhões de dólares, a um gigante sul coreano, a LG electronics, que vende produtos da marca
Goldstar (1995). Desde os anos 60 as empresas americanas foram sendo engolidas por empresas estrangeiras, principalmente japonesas.
E isso acompanhou uma tendência em toda indústria eletroeletrônica: rádio, videocassete, disco cd, microondas, barbeador elétrico,
fitas, secretárias eletrônicas, videogames, e o impressionante é que todos esses produtos como a televisão, nasceram na América.
Aparentemente os americanos perderam a liderança sobre tudo que funciona na tomada. Mas não é bem assim. Os americanos não
fazem mais o aparelho, o aparelho físico, mas fazem o produto que saem do aparelho, ou seja, eles não fazem o monitor de televisão,
mas fazem o filme, fazem o seriado de televisão(para influenciar o mundo). E quem sabe os americanos não vão acabar dando
a gargalhada final".
Mas será que a divisão do mundo em três blocos, comandados pelos Estados Unidos, União Européia e o Japão vai se consolidar?
A resposta virá com o tempo. Pois até aqui os Estados Unidos continuam com mais poder!
Por enquanto, o que vemos é a influência cultural americana cada vez mais presente, nas imagens, nos sons... No comportamento.
Podemos dizer o mesmo sobre o domínio militar. Hoje os Estados Unidos se posicionam como uma poderosíssima superpotência sem
rival no planeta, destinada a resolver os conflitos entre os outros países, e a promover embargos econômicos a países como
Cuba e Iraque.
Podemos dizer que uma grande ameaça a essa tríade é um país que vem se posicionando de maneira muito particular. Ele mantém
características de país socialista, com o estado forte e dirigindo a economia, mas adota muitas práticas de países capitalistas,
esse país é a China.
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