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Problemas Ambientais Rurais e Urbanos.
A Degradação do Meio Ambiente.
Políticas Para o Aproveitamento dos Recursos Naturais.
Desenvolvimento e Questão Ambiental.

  Os anos 80 são considerados uma década perdida para a América Latina, em
quase todos os países o dinheiro obtido com as exportações tem um só
destino: o pagamento da Dívida Externa, cujos juros haviam aumentado
bruscamente; a redução dos empréstimos internacionais impede o
desenvolvimento industrial e tecnológico e as desigualdades sociais
aumentam.

        As idéias neoliberais a essa altura dominantes na política
econômica dos Países Centrais inspiram os planos de combate a crise
mexicana. Começam então os chamados ajustes estruturais que almejam
principalmente a diminuição da presença do Estado na economia e a queda da
inflação.

        Os ajustes chegam mais cedo ao México onde são aplicados
exemplarmente. A estreita ligação com a poderosa economia dos vizinhos,
Estados Unidos, não permite outra alternativa. É o início de um extenso
programa de privatizações e de abertura para o capital estrangeiro, a
entrada de recursos externos acaba sendo maior do que a produção interna do
país, o que provoca um sério déficit na balança comercial. Em janeiro de
1994, o México, assina sua adesão ao NAFTA, Acordo de Livre Comércio da
América do Norte, aprofundando os laços com a economia americana.

Emir Sader/ Analista Internacional: “Desde de que o NAFTA começou mudou a
economia mexicana. O eixo dinâmico responsável pela recuperação foi
deslocado para os setores de exportação, basicamente setores de maquinadores
do norte do país. Em compensação o mercado interno entrou numa crise brutal.
Por um lado a economia cresce quase 10% no total de três anos de 94 a 97,
mas em compensação o nível de emprego desceu 10%...”

O que querem os Estados Unidos dos seus parceiros no NAFTA? Do Canadá querem
os recursos naturais e o mercados consumidor de alto poder aquisitivo, do
México as vantagens nos custos de produção, energia barata, isenção de
impostos, ausência de leis antipoluente e principalmente mão-de-obra barata,
vantagem que os americanos já dispõem em seu próprio território.

No mesmo dia em que o país entra no NAFTA, a população indígena da província
de Chiapas se revolta, inspirados em Emiliano Zapata, líder da Revolução
Mexicana de 1910, eles se consideram os continuadores de seu projeto
revolucionário. “Mais de 80 anos atrás, um exército formado por índio e
liderado por um mestiço analfabeto, Emiliano Zapata, varreu o México com o
slogan: Terra e Liberdade! Zapata morreu numa cilada armada pelo governo.”

Chamando assim mesmo de zapatistas, os rebeldes indígenas contestam a
submissão aos interesses americanos, a adesão do país ao Nafta e a ditadura
do PRI, o Partido Republicano Institucional, já a mais de 60 anos vencendo
todas as eleições federais ou provinciais.

No dia em que o Nafta entrou em vigor os zapatistas ocuparam várias cidades
do sul do México e fizeram vários reféns na parte mais pobre do país onde
moram os índios maias. O exército contra-atacou, cometeu várias atrocidades
e bombardeou vilarejos indígenas. O governo foi obrigado a sentar a mesa com
um grupo guerrilheiro que continua escondido no mato e cujo líder, o
subcomandante Marcos, ninguém sabe ao certo quem é, não se tem certeza nem
de que seja mexicano. Depois de dois meses de negociações com interlocutores
que não mostravam o rosto, o governo mexicano aceitou: · Rever o sistema de
distribuição de terras e assegurar terras aos índios; · Expropriar
latifúndios improdutivos; · Abrir hospitais; · Construir casas com água
potável; · Abrir escolas que ensinem espanhol e a língua indígena; ·
Promover a eletrificação rural no estado de Chiapas; · Criar leis que coíbam
a discriminação racial no México; · O governo se comprometeu também a
investigar o impacto do Nafta sob a
economia de Chiapas e das populações indígenas mais pobres.

A aplicação rigorosa do receituário neoliberal não impede que um ataque
especulativo quebre a bolsa mexicana em 1995, o que dá início a uma crise
ainda mais grave no país. Para evitar a falência total, os Estados Unidos
emprestam bilhões de dólares ao México, mas exigem em troca a continuidade
dos ajustes, por isso o patrimônio público do país é desfeito, os americanos
agora dirigem setores estratégicos da economia como o sistema bancário, o
energético e o de comunicações.

O governo americano está cobrando um preço alto para salvar o México. O
jornal New York Times revelou que os Estados Unidos vão tomar contar da
política monetária do México para evitar que o Banco Central Mexicano
fabrique dinheiro e a inflação estoure, com isso calculou-se que a taxa de
juros do México, nesse período 1995, chegou a mais de 50%. E, muito
importante, a receita do petróleo mexicano não será mais da empresa estatal,
a PEMEX, mas passará a ser depositada no Banco Central de Nova Iorque. É que
o senado americano não confia em que o México pague a dívida e está exigindo
garantias mais concretas, e o petróleo é o maior produto de exportação do
México. Em quanto isso em Chiapas houve quebra-quebra em frente a uma
igreja. Onde o bispo foi acusado de ajudar o líder guerrilheiro Marcos que
estava foragido.

Você viu que o México vive com intensidade algumas das questões fundamentais
do mundo contemporâneo: o choque entre a pobreza extrema e os interesses do
capital globalizado, o confronto entre uma cultura tradicional e a
influência estrangeira.









Neoliberalismo: modelo econômico em que o mercado é considerado a
instituição ideal para solucionar os problemas das sociedades atuais.
Defende a diminuição do papel do Estado na Economia.



Livros:



·  México em Transe de Igor Fuster. .

· Geopolítica da América Latina de Nelson Babic Olic.