O BRASIL: Regiões Geo-econômicas
Com este texto começaremos o estudo das grandes áreas Geo-econômicas
do Brasil. Você vai ver quais são as principais características dos três grandes conjuntos geográficos brasileiros.
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo. É incrível como o Brasil tem paisagens diferentes. Como se explica
o fato de Minas Gerais se tão diferente do Rio Grande do Sul, e de São Paulo, então?
Apesar de paisagens tão diferentes,
existem características comuns a esses três Estados: fazem parte do mesmo conjunto geográfico.
Uma das formas
de agrupar as diferentes paisagens é pelo ritmo do crescimento econômico. Pala velocidade as mudanças: na *Agropecuária,
*Indústria ou nos *Serviços. Considerando isso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo têm muitas coisas em comum.
O Centro-sul é a mais rica das três, por isso é a região com a maior capacidade produtiva do Brasil: Fazenda,
Indústria, Plantação, e muitas cidades. É nessa região que fica os centros de decisões econômicas e sociais.
Por
dedução você já percebeu há grande Concentração Industrial na região Centro-sul. Isso é uma das características que diferencia
o Centro-sul das outras regiões. Além dessas concentrações industriais, no Vale do Itajaí e em Curitiba, tem mais
três grandes áreas industriais no Centro-sul: a área industrial cujo centro é São Paulo e que vai até o Rio de Janeiro,
a Zona Metalúrgica, em Belo Horizonte, e a área Industrial, de Porto Alegre até Caxias do Sul.
Assim como
a indústria e a tecnologia, a agricultura também é expressiva. O Centro-sul tem o principal Cinturão Agroindustrial do
país. Em algumas áreas, a agricultura é totalmente industrializada. A produção dessas empresas rurais é tão grande
que, além de abastecer o mercado interno, elas exportam produtos agrícolas para o exterior. Com isso, o Centro-sul ocupa
o 1o lugar em volume e em valor do setor agropecuário nacional.
O Centro-sul é a área mais bem servida por meios
de comunicação, desenvolvidos com a microeletrônica e a informática. Ainda podemos afirmar que essa área tem a melhor
infra-estrutura viária do país. É ferrovia e estrada para tudo que é lado, e o mais importante, tudo integrado! Sem falar
nos aeroportos e portos. E os principais do país estão no Centro-sul.
É nas grandes cidades, como Curitiba, Rio
de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, que se concentram as sedes das grandes empresas públicas e privadas,
que são as grandes responsáveis pela produção e circulação da riqueza do Brasil.
Uma característica de uma grande
cidade na região Centro-sul é a presença de gente de todo lugar do país. A maior parte delas são migrantes que abandonaram
o campo por causa da modernização da agropecuária, que começou a dispensar mão-de-obra, e principalmente por causa da
concentração da terra. E ainda encontramos pessoas de diferentes lugares do Brasil que mudaram, principalmente, para
o Rio de Janeiro e São Paulo atraídas pelas possibilidades de emprego. Isso aumentou muito os índices de Urbanização dessas
Metrópoles, especialmente São Paulo, que se tornou uma MEGACIDADE. São Paulo comanda hoje uma rede urbana sustentada por
um sistema de telecomunicações que estende sua área de influência a vários lugares ao mesmo tempo. Com isso, a metrópole
paulista pode controlar o território nacional, através das informações, e difundir suas formas de produzir, consumir
e mesmo de viver, para todo o país.
Apesar de todo esse desenvolvimento econômico do centro-sul, também existe muita
pobreza nessa região.
Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão... Esses Estados e
outros do Nordeste brasileiro apresentam uma realidade muito diferente da do Centro-sul. Geralmente são muito populosos
e a maioria tem baixas condições de vida, índices baixos de escolaridade, altas taxas de mortalidade, e uma baixa
renda, sem falar na concentração da terra e de decisão política. Não podemos esquecer que isso é em termos comparativos
ao Centro-sul, e estamos nos referindo as características sociais e econômicas.
Com tantas dificuldades, a migração
tornou-se a solução para muitos nordestinos. O que mudou foi o destino desses trabalhadores. Os primeiros a desembarcar
em São Paulo vieram na metade do século XX, em busca de trabalho no cultivo do café. Anos depois e durante muitas décadas,
o que mais atraiu os nordestinos foram às atividades urbano-industriais, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Outra grande
leva foi para a Amazônia trabalhar na extração de borracha. Mais recentemente, muitos nordestinos espalharam-se na construção
de Brasília, nas novas atividades agrícolas do sudeste do Pará e Mato Grosso, e também nas atividades da construção
na Fronteira Amazônica.
Apesar de tudo que foi dito sobre o Nordeste, não podemos esquecer, que existem projetos
de se produzir frutas nessa região. Já não podemos continuar com a falsa idéia de a participação do Nordeste no mercado
Brasileiro continua muito pequena. Esses projetos agrícolas estão situados nas áreas irrigadas, mas infelizmente ainda
dependem de capitais e técnicas fora da região. Os projetos usam fatores de produção mais favoráveis as Zonas Semi-áridas:
os baixos custos de mão-de-obra e os menores preços de terra.E a produção é voltada para fora, para os centros consumidores
do Centro-sul e para exportação.
Sobre os investimentos do Nordeste, é bom lembrar dos investimentos estimulados
pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, a SUDENE. A ação da SUDENE estimulou investimentos industriais na
região a partir da década de 60, não conseguiu integrar internamente a estrutura regional do Nordeste. Este fato estimulou
um tipo de produção complementar á produção da região Centro-sul.
Quanto a Amazônia podemos dividi-la em duas
fases: antes e depois da década de 50!
A década de 50 foi fundamental para se conhecer e trafegar pela Amazônia.
Foi aí que começaram a surgir às estradas, como por exemplo, a Brasília-Acre Cuiabá-Santarém, Porto-Velho Manaus...
Até a década de 50, toda a economia estava concentrada em Belém. E o transporte era feito através dos rios, uma
enorme Rede Hidrográfica Natural. Aí começou a ser construída a rodovia Belém-Brasília, que foi uma tentativa de integrar
a economia da Amazônia ao processo de industrialização que tinha como centro São Paulo. Daí para frente foram construídas
várias rodovias.
Na década de 70, se iniciou um processo de integração da Amazônia à economia nacional. E a Amazônia
passou a ser conhecida como a Fronteira de Recursos do Brasil. Com esse processo, que ainda está acontecendo, estão sendo
feitos grandes investimentos de capital em projetos de mineração, agropecuários e industriais.
Mais uma vez
o dinheiro público tem papel importante numa área Geoeconômica brasileira. Para integrar efetivamente a Amazônia no processo
econômico nacional, capitais públicos e privados começaram a ser investidos na região. Na construção de hidrelétricas,
como Tucuruí, na instalação de núcleos de mineração, como Carajás, e em pólos industriais, como a Zona Franca de Manaus.
Certamente algum dia você já se deparou com um produto feito na Zona Franca, que se tornou fornecedora de produtos
semiprocessados e processados para os mercados consumidores: internos e externos. Por outro lado, os incentivos fiscais
da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a SUDAM, permitiram que empresas nacionais e transnacionais adquirissem
enormes propriedades de terra, esperando sua valorização futura, com a chegada de infra-estrutura como estradas ou
hidrelétricas. E ainda tem os investimentos no aproveitamento de recursos naturais, como minérios e madeiras. Mas o “chato”
dessa história é que muitos dos projetos têm causado sérios danos ambientais.
Ainda existem os conflitos sociais.
De um lado as grandes empresas, os latifúndios e os grandes garimpeiros. E de outro os seringalistas, os índios, os
pequenos garimpeiros e os posseiros. Sem falar nas pessoas vindas de outras regiões em busca de lucro fácil, que não se
importam em destruir o ambiente. Para alguns isso não vai durar muito, algumas pessoas estão defendendo a idéia de
que é necessário ocupar a Amazônia de forma mais racional, sem causar danos ao ambiente. Você viu que levando em conta
os aspectos sociais e econômicos, as paisagens brasileiras podem ser agrupadas em três grandes conjuntos geográficos ou
áreas geo-econômicas: o Centro-sul, o Nordeste e a Amazônia. Viu que os principais critérios para esse agrupamento
são o ritmo de crescimento econômico e o grau de integração regional. E conheceu as principais características dos
três conjuntos geográficos brasileiros.
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