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Década de 90: A Década da pobreza

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DÉCADA DE 90: A DÉCADA DA POBREZA     


Os dados dos relatórios feitos pelo BIRD, o Banco
Mundial, apontaram os anos 90 como a Década da
Desigualdade e da Pobreza. A pesquisa mostra também
que o pior estar por vir. Hoje cerca de 1 bilhão e
meio de pessoas sobrevivem com uma renda de no máximo
1 dólar por dia.
A pobreza mundial aumentou e a crise da Ásia só piorou
o quadro. Países que estavam conseguindo reduzir o
índice de pobreza voltaram a ver o número subir. O
Banco Mundial diz que os programas de socorro
financeiro em países em crise deixam a desejar, pois
socorrem a economia, mas não protegem os pobres e são
eles quem mais sofrem com as conseqüências de qualquer
crise econômica. O Relatório diz que o Banco Mundial
vai priorizar programas de subsídios a escolas e
alimentação, seguro-desemprego e criação de novos
empregos. Com exceção da China a pobreza aumentou nos
países da Ásia por causa da crise financeira que
começou em 1997. O país mais afetado foi a Indonésia,
ganhou 30 milhões de pobres, pessoas com renda diária
de 1 dólar ou menos. Os asiáticos não estão sozinhos,
na África a pobreza também está aumentando; todo ano a
América Latina ganha oito milhões de pobres. A Renda
Per Capita brasileira subiu em 97 e 98, mas o Banco
Mundial se preocupa com a distribuição de renda no
Brasil, com o aumento das desigualdades. Tirando
lições a crise da Ásia o Banco Mundial diz que é
importante combater o déficit público, mas não se pode
tornar ainda mais difícil à vida das camadas pobres da
população.
Não podemos negar o aumento exagerado dos índices de
pobreza. Com a divulgação da pesquisa e as previsões
pessimistas, a comunidade internacional tem de buscar
os verdadeiros culpados por este quadro. A grande
surpresa do relatório do Banco Mundial foi que a
própria instituição assumiu sua parcela de culpa. Para
o Banco Mundial a possibilidade de vencer a guerra
contra a pobreza é muito pequena, se tantos países
ricos quanto os países em desenvolvimento não passarem
por sérias reformas políticas. Além das desigualdades
econômicas o órgão acredita que a política de
desenvolvimento realizada nos últimos 50 anos foi
conduzida de maneira errada. Hoje o BIRD avalia o
conceito de desenvolvimento de maneira muito mais
ampla que há 50 anos. O relatório destaca que a
economia globalizada requer reformas paralelas em
diversos setores da sociedade, como a justiça e o
setor bancário e para a surpresa de todos, o relatório
destaca que caso estas reformas não atendam as
necessidades humanas de forma plena não vai haver
nenhum avanço.
Jairo Coutinho/ Movimento Viva Rio: O caminho
fundamental é olhar a questão da pobreza como
prioridade.Sem reforma política não há combate a
pobreza.  
Nesse novo milênio o mundo caminha para o colapso
social, os ricos conseguem enriquecer cada vez mais
rápido, os pobres levam o dobro de tempo para
conseguirem, pelo menos, aumentar sua renda. Caso a
desigualdade continue assumindo dimensões tão
alarmantes, em 25 anos, metade da população do planeta
vai viver em estado de pobreza absoluta. Isto
significa que pelo menos três bilhões de pessoas vão
tentar sobreviver com 1 dólar por dia.
O número de pobres cresceu em todo mundo e até nas
regiões mais ricas a proporção de pobres também
aumentou. A forte concentração populacional nos meios
urbanos é um fator que pode agravar a miséria do mundo
moderno. Um dos focos de grande atenção e tema central
das pesquisas do Banco Mundial é o poder cada vez
maior que cidades e municípios estão assumindo na
estrutura social do planeta. Até mesmo as pequenas
cidades vão ter papel importante nesse novo século,
pois a parcela da população que mora em cidades, está
crescendo de maneira assustadora. De acordo com o BIRD
em 2020 o número de habitantes de áreas urbanas de
países em desenvolvimento vai ser quatro vezes maior
do que a população urbana dos países desenvolvidos. O
problema é que a maioria destas cidades não tem se que
estrutura para acomodar sua própria população. Faltam
escolas, moradias, saneamento básico e oportunidades
de emprego.
Apesar de tudo a corrida para as cidades pode se
tornar contraditória. Se por um lado estas cidades
tendem a não suportar a demanda de novos habitantes,
por outro, elas vão ganhar mais representatividade
junto aos governos, ganhando com isso mais poder.
Desta forma haveria a possibilidade de que as próprias
cidades resolvessem seus problemas de infra-estrutura,
sem que fosse necessária a intervenção total dos
governos estaduais.
Nos dias de hoje é fundamental conhecer bem as
instituições que comandam a vida no planeta, por isso,
acesse: www.worldbank.org/, aqui você vai conhecer
melhor questões como crise, baixos índices de
desenvolvimento e pobreza. Lá você pode encontrar
também o relatório anual sobre o desenvolvimento no
planeta e ficar por dentro dos projetos da entidade
para melhorar a vida das nações mais pobres.
A crise mundial que começou na Ásia e rodou o mundo
deu uma amenizada, mas curiosamente, o fim da
estabilidade financeira teve um efeito bastante
negativo no aumento da pobreza. Os governos diminuíram
o ritmo das reformas, e as parcelas mais ricas da
sociedade deixaram de pressionar por melhores
condições de vida e trabalho. Além da desvalorização
das moedas, desemprego e a queda no poder de compra
dos consumidores, a crise financeira que varreu o
mundo nos últimos seis anos, trouxe a necessidade de
se fazer reformas. Segundo o Banco Mundial, os países
em desenvolvimento não podem mais depender tanto dos
organismos de ajuda internacional. No caso do Brasil,
por exemplo, os Estados se endividam cada vez mais
porque sabem que podem apelar ao governo federal
quando as dívidas forem cobradas. A dívida constante
não permite novos investimentos nos chamados setores
de estrangulamento da economia, ou seja, aquele em que
a participação dos estados é fundamental. Transporte,
saneamento e saúde pública são alguns exemplos de
investimentos que tem que ser feitos pelo governo.
Sem os incentivos para melhorar a qualidade de vida da
população o mundo vai continuar perdendo a batalha
contra a pobreza. Nesse sentido uma das conclusões
apresentadas pelo economista chefe do BIRD, é que um
dos desafios desse século é chamar a atenção das
autoridades públicas e das classes mais ricas da
população para os problemas ligados a pobreza. O poder
público reconheceu que sozinho é impossível mudar a
situação.
BIRD: significa Banco Internacional de Reconstrução e
Desenvolvimento, conhecido como Banco Mundial, foi
criado em 1945 para atuar na reconstrução da Europa
Ocidental e do Japão após a Segunda Guerra Mundial.
Hoje ele tem 181 países membros e oferece ajuda e
assistência técnica aos países em desenvolvimento,
além de realizar pesquisas e relatórios periódicos.
Os dados foram divulgados, mas as estatísticas merecem
ser observadas com cuidado e em partes. Generalizações
não ajudam a entender o fenômeno da nova pobreza
mundial. Segundo o vice-presidente executivo do Banco
Mundial não se ganha e nem se perde com a
Globalização, o sucesso ou o fracasso vai depender de
como cada país se preparou para a nova realidade.